Mesmo com o potencial
de consumo da classe C descoberto, a base da “pirâmide social” se manteve pouco
explorada, principalmente, devido à falta de conhecimento da localidade e às
dificuldades de logística nas favelas. Na tentativa de preencher esta lacuna, a
Invent e a FHolding (mantenedora da Central Única das Favelas – Cufa) uniram
forças e criaram a iNFavela, agência de live marketing (aproximação física
entre empresas de pessoas) que promete ser o passaporte de entrada das grandes
companhias nesses territórios. O lançamento oficial da empresa aconteceu nesta
quarta-feira (4/2), no terraço do Consulado Italiano no Rio de Janeiro, no
Centro do Rio.
A iNFavela
terá presença nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Salvador,
sendo que a sede principal será no Rio, em Madureira. Até o momento, a agência
possui 25 funcionários, sendo que 75% destes são pessoas das próprias
comunidades onde o empreendimento atuará. Com um orçamento de R$2 milhões
previsto para 2015, a iNFavela passa a integrar o Grupo PPG e chega com o
objetivo de aproximar as grandes empresas dos consumidores das favelas e
ajudá-las a entender esse mercado fértil e inabitado, através de experiências
criativas entre as marcas e o público-alvo.
As favelas
movimentam cerca de R$ 64,5 bilhões por ano – de acordo com a pesquisa
Radiografia das Favelas Brasileiras, do Instituto Data Favela, 2013 -, capital
semelhante ao PIB de Paraguai e Bolívia juntos. E é, justamente, neste cenário
que a iNFavela pretende atuar. “A proposta é atuar no território de periferias
e favelas de todo o Brasil. Vamos fazer com que marcas que não tenham acesso a
esses locais passem a ter, de maneira planejada e eficiente. Esses locais têm
uma economia pulsante, que precisa ser estimulada de forma responsável, é
claro”, afirma Sandro Ferreira, presidente da Invent e da iNFavela.
Para Celso
Athayde, fundador da Cufa e presidente da FHolding, a iNFavela chega para
solucionar tanto o problema das empresas quanto dos consumidores que moram nas
favelas. “Estudamos o comportamento dos moradores das favelas e percebemos que
existe uma lacuna grande entre os interesses e as necessidades dessas pessoas e
a oferta das grandes empresas. Isso acontece porque até hoje a comunicação
voltada a essa população foi muito pouco explorada. Com a iNFavela, vamos
aproximar essas empresas deste público e trazer benefícios para os dois lados”,
explica Celso Athayde.
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